16 junho 2010

SEJA UMA PIPOCA!

Sempre gostei de trabalhar trexos do texto “A Pipoca” de Ruben Alves com minhas clientes. Ele pode ser interpretado para varias situações da vida, mas gosto de associá-lo e relacioná-lo ao hábito alimentar.

Percebo que tanta gente busca por milagres para conseguir saúde e corpos delineados. Só que a realidade é que saúde e estética nós conseguimos por nós mesmos, por atitudes a serem tomadas e por escolhas e mudança de comportamento.

Depende de você ser saudável e para isso você precisa buscar conhecimento e ajuda, mas principalmente, você precisa agir.

Até descobrir que cuidar da alimentação é algo maravilhoso e simples, é necessário aceitar condições que podem até parecerem dolorosas, mas quando você descobrir verá algo muito diferente disso.

Acredite que comer bem é prazeroso. Faz bem!
A descoberta da boa alimentação é uma transformação!

Segue o trexo que separei para este post.
Espero que estimule a reflexão e que te faça agir mais em relação a você.


A Pipoca - Rubem Alves

A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser.
O milho de pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer. Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que é o seu jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre. Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso do remédio. Apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.
Pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece:
Bum!
E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente que ela mesma nunca havia sonhado.
Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisas mais maravilhosas do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria a ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

E você o que é? Uma pipoca estourada ou um piruá?